sábado, 8 de novembro de 2008

ALZHEIMER

Não há tempo a perder. Esse é o tema da campanha do dia mundial da doença de Alzheimer, que será lembrado no Brasil e outros 76 países no próximo domingo e que chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce da doença.


Outro alerta é para a prevenção dos fatores de riscos das doenças cardíacas. Ao evitar a hipertensão, diabetes e obesidade, por exemplo, as pessoas estarão também colaborando para que os sintomas do Alzheimer demorem mais a se manifestar. Por causa disso, o dia mundial terá o apoio dos grupos ligados à prevenção de doenças cardíacas. Ao cuidar do coração, destaca Márcio Borges, a memória vai agradecer.


O Mal de Alzheimer é a doença da dependência do idoso. Ao perder a memória recente, ele perde o controle sobre a própria vida, o que afeta o seu comportamento e interfere diretamente no seu relacionamento familiar. Ainda não há prevenção, as causas permanecem desconhecidas e não há exames para diagnósticos precisos. O diagnóstico, explica Márcio Borges, é baseado na experiência dos próprios médicos, que vão prescrever tratamentos sintomáticos e paliativos. Para cada idoso diagnosticado, há pelo menos outras três pessoas da família também afetadas, já que a rotina doméstica é alterada, e saber lidar com a doença vai fazer bem tanto para o próprio paciente, quanto para seus cuidadores.
Até os 70 anos, são raros os casos de Alzheimer. As estatísticas mudam, no entanto, a partir dessa fase, quando 10% dos idosos podem apresentar a doença. A partir dos 85 anos, o salto é grande: entre 35% e 40% das pessoas nessa faixa etária terão a doença. Como a expectativa de vida no Brasil aumentou, a tendência é que nas próximas décadas seja grande o número de portadores da doença. País tem cerca de 1 milhão de doentes.
Dados da Abraz indicam que há no Brasil cerca de 1,2 milhão de doentes. Hoje, o Alzheimer é uma das doenças mais estudadas em todo o mundo, o que aumenta as chances da descoberta de medicamentos mais eficientes. Há 20 anos, o Mal de Alzheimer sequer era tema de aulas da disciplina de neurologia nas faculdades de Medicina, tão poucos eram os casos diagnosticados. «A gente sabia que existia, mas não dava muita importância», relata Borges. Há dez anos, os casos cresceram, mas os médicos não tinham opções de tratamento, e atualmente, são quatro tipos de medicamentos disponíveis. Ainda assim, os remédios não evitam que a doença avance. Se não há cura para a doença, cresce a importância da informação sobre como lidar com ela. Quanto antes for feito o diagnóstico, mais o familiar poderá se preparar para atender melhor ao portador e, principalmente, conhecer as expectativas futuras. A orientação à família é uma estratégia necessária, já que cuidadores preparados são o melhor remédio para o idoso. O cuidador pode ser tanto uma pessoa da família quanto um profissional contratado.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

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